terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por um Natal de verdade

A história do Natal, está muito longe de se poder considerar uma lenda, um conto fantasiado, ou uma mentira bem-intencionada. Também não é uma narrativa fabulosa de origem popular, relatando proezas de um Deus mitológico.
Há algum tempo atrás ouvi alguém dizer: “o único facto histórico do Natal, é o nascimento de Jesus, e todos os restantes relatos bíblicos relacionados com a infância do menino, são uma tentativa dos escritores, darem um sentido religioso a esse facto.”
Cada teólogo é livre de opinar seja o que for, mas todo aquele que estuda as sagradas escrituras e sobre o seu Autor, aconselho que faça uso de prudência, disse Jesus: “Mas eu vos digo que, de toda a palavra ociosa que os homens disserem, hão-de dar conta no dia do juízo. Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado.” MT 12:36, 37.
Nada consegue dar-me maior gozo, do que estudar a santa palavra de Deus, conhecer a Jesus Cristo seu único Filho e falar de toda a verdade que Ele representa, pois disse Ele: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” João 14:6. Estou consciente da responsabilidade que isto acarreta, tenho que medir bem as minhas palavras, para que não sejam frívolas e irresponsáveis. Já tenho observado cristãos a discutirem e a debaterem-se pelas suas convicções, não os censuro de todo, também em algumas ocasiões fiz algo idêntico, hoje limito-me a falar ou como neste caso a escrever sobre elas.
Estamos em tempo de Natal, é uma festa que consegue mobilizar todas as classes sociais, raças e os mais variados credos religiosos de origem cristã. Quero salientar que apesar da magia envolvente de toda esta época, esta festividade não é bíblica, os cristãos dos primeiros séculos não a celebravam, mas isso não invalida a veracidade dos factos narrados. E é de todo justo que a dada altura a igreja tenha decidido comemorar o nascimento, ou a encarnação do ser mais excelso de todo o universo.
Já são decorridos alguns séculos, desde que tudo começou, o Natal tem vindo a degenerar-se, passou a ser uma festa que em muito favorece o comércio, e está tão desvinculada do seu sentido cristão original, que até mesmo políticos ateus confessos, conseguem fazer passar as suas mensagens de Boas Festas através dos órgãos de comunicação social.
O que dizer daquele personagem de fato vermelho e barbas brancas que é o encanto das crianças, é o mito que se desloca no espaço, num trenó puxado por renas a fim de deixar as prendas através das chaminés nos sapatinhos dos meninos bem comportados, roubando desta forma a honra não só a Deus que tudo concede, como também aqueles pais que durante o ano inteiro trabalharam arduamente para ganharem o sustento da família e naquele dia lembrado presentearem os seus filhos com algo diferente. O Natal para ser mágico não necessita de estar envolto por mitos, lendas e mentiras por mais inocentes que pareçam. A magia do Natal foi muito bem expressa pela multidão dos exércitos celestiais, que em louvor diziam: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens.” Lc 2:13, 14. Isto quer dizer que Deus em sua misericórdia, em vez de condenar o mundo por causa dos seus pecados, decidiu oferecer o seu único Filho para o poder resgatar.
O Natal também ganhou o estatuto de festa da família. Eu pergunto: desculpem-me, mas o Natal é a festa de quem? Eu ficaria muito triste, se no dia do meu aniversário, a minha casa estivesse cheia de gente, e fosse eu o único elemento não convidado. Infelizmente na maioria dos casos o Natal de hoje é apenas isto: na grande noite famílias inteiras reúnem-se em volta de uma mesa, bem recheada de todas as iguarias, comem, bebem, folgam, trocam prendas mas esquecem-se do aniversariante. Faço outra pergunta: quantas famílias na noite de Natal, antes de se banquetearem, fazem um pequeno discursos relembrando o aniversariante ou no mínimo uma oração de ação de graças?
Sou pai, meus filhos hoje já são adultos, mas quando crianças, por causa das dificuldades da vida, tanto eu como a minha esposa, nem sempre lhes pudemos comprar o que gostariam de possuir, muitos dos brinquedos da infância deles, eram de segunda mão, oferecidos por amigos nossos que tinham filhos mais velhos, mas do melhor que possuíamos investimos neles com todo o empenho, como o semeador quando lança a semente à terra e espera colher dela o seu fruto. Eram bem crianças, ainda nem sabiam ler, gostavam muito de sentarem-se no meu colo enquanto eu preparava alguns estudos bíblicos, e assim começaram a familiarizarem-se com o conteúdo sagrado, foi-lhes ensinado o catecismo e do melhor que sabíamos tudo lhes foi transmitido até hoje.
Os nossos filhos não são os melhores do mundo, mas são tudo aquilo que investimos neles, por isso no mínimo são tão imperfeitos quanto os seus pais.
O mundo pode ser muito bem melhor, se todos nós investirmos nos nossos filhos tudo aquilo que é verdadeiro, puro, santo e agradável a Deus. Façamos como o criador do universo, Ele investiu o melhor que possuía o seu Filho único para que pudéssemos ter esperança.

Natal é sobretudo mensagem de esperança, amor, perdão de pecados e de vida eterna. Que possamos neste ano fazer de Jesus o centro das atenções, que as famílias possam reunir-se à volta da mesa não desprezando o mais importante elemento da festa, o Emanuel, que quer dizer: “Deus connosco.” MT 1:23.

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