“Não contenderá o meu Espírito para sempre com o Homem;
porque ele, também, é carne.” Gn 6:3
Consultei diferentes versões da Bíblia, sobre este texto das
sagradas escrituras, mas o meu favoritismo recaiu sobre a versão revista e corrigida
de João Ferreira de Almeida, não por causa do tradutor em si, mas sim pela
abordagem detalhada das duas naturezas que compõem o ser humano. Não sou da
opinião que a diferentes versões bíblicas, se opõem ou se contradizem, mas
creio que algumas são mais claras e outras mais completas em seus textos, sem
no entanto adulterarem o contexto geral do Livro Sagrado.
Para além do termo carne, também se referir à nossa realidade
física, regra geral ele aparece na Bíblia, no sentido de que o ser humano tem uma
inclinação natural para o mal, ou simplesmente significa fragilidade, conforme
afirma Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca.” MT 26:41. Também no livro dos
Salmos lemos o seguinte: “Mas Deus, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade,
e não os destruiu; antes, muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não deixou
despertar toda a sua ira. Porque se lembrou de que eram carne, um vento que
passa e não volta.” Sl 78:38, 39.
O texto bíblico de referência deixa bem claro o desalento do
criador, a sua decepção em relação ao Homem que criou chegou ao extremo, e ao
olhar para ele, somente via que a maldade se multiplicava, e que toda a
imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente. E
arrependeu-se de haver feito o Homem, e isto pesou-lhe em seu coração. Gn 6:1-6
Até então, segundo os registos bíblicos genealógicos, a média
de vida do ser humano era muito alta, muitos homens viveram mais de novecentos
anos, sendo Metusala o recordista, o qual era filho de um homem que se destaca
em toda a genealogia pela sua breve existência, Henoch, apenas 365 anos, e não
havendo registo da sua morte, dele está escrito o seguinte: “E andou Henoch com
Deus; e não se viu mais; porquanto Deus para si o tomou.” Gn 5:24. Certamente
este homem não conseguia enxergar mais nada na vida, ao ponto de Deus concluir
que seria uma perca de tempo esperar que ele morresse, e assim permitiu que Henoch
caminhasse com Ele até que se perdeu de vista. Algo de semelhante, também se
passou com o profeta Elias muitos anos mais tarde. II Reis 2:1-11
Algo leva-me a pensar que a longevidade do ser humano era uma
tentativa do criador, no sentido de que o homem tivesse tempo para se redimir,
ou no mínimo ter a mesma atitude de Henoch, que não desgrudava do seu Senhor e
alcançou testemunho de que agradara a Deus. Hb 11:5.
Agora sobre o texto inicial, importa realçar, que a maioria
das traduções só transmite uma ideia, por exemplo: “Meu Espírito não
permanecerá no Homem, pois ele é carne.” – Bíblia de Jerusalém. Não vou
proteger o Homem por muito tempo. Ele é mortal.” – Versão ecuménica. “O meu
Espírito não permanecerá indefinidamente no Homem, pois o Homem é carne.” –
Missionários capuchinhos, edição de 1978. “O meu Espírito não continuará a ser
desonrado pelo Homem, visto que todo ele é mau.” – O Livro – a Bíblia para
Hoje, etc.
Aqui neste texto, João de Almeida destaca-se, através dos
detalhes do seu texto dizendo: “Porque ele, o Homem, também é carne. E assim
surge a dupla ideia de que o Homem não é somente carne.
Também no evangelho de S. Mateus, Jesus transmite-nos a mesma
ideia: “E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; e,
chegando-se a ele o tentador disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães. Ele porém respondendo disse: Está escrito: Nem só de
pão viverá o Homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” MT 4:2-4
A nossa realidade física não deve ser subestimada, no entanto
é passageira e de pouco sentido se negligenciarmos a nossa realidade
espiritual.
Muitas vezes devido à nossa ignorância, fazemos afirmações
como esta: o mais importante é ter saúde! Pois sem ela não se pode trabalhar,
se não trabalharmos, não produzimos, se não produzimos, também não colhemos, se
não colhemos, não temos alimento, e sem alimento o corpo debilita-se e adoece,
e assim torna-se um ciclo vicioso, como se fôssemos um cachorro correndo atrás
do seu próprio rabo, andando em círculos contínuos sem nunca sair do mesmo lugar.
Através da sua experiência no deserto, Jesus dá-nos um choque de lucidez, Ele
também era homem sujeito às mesmas carências e tentações que todos nós. Hb 4:15
E mesmo assim ao fim de quarenta dias de jejum só pôde reconhecer que o único
alimento do qual o Homem não pode prescindir, é toda a palavra que sai da boca
de Deus.
Duvido muito que certos cristãos levem isto a sério,
trabalha-se seis e a sete dias na semana, quase nunca se põe os pés numa
igreja, lêem-se muitos livros, jornais e até certas revistas de conteúdo
duvidoso, mas a Bíblia despreza-se e por causa disto se fazem outras
afirmações, como por exemplo: o que está para lá da morte é um mistério que
ninguém sabe, muitos já partiram deste mundo, mas nunca nos vieram trazer
notícias do outro. Nem é de estranhar que assim se pense, pois o único livro
que fala com verdade do que se passa para além da fronteira da morte é a
Bíblia, não pode nem deve ser ignorada, não deve ser apenas um objecto
decorativo preenchendo um lugar vago nas nossas bibliotecas privadas, que de
quando em quando se pega nela apenas para limpar o pó.
Através do seu servo Moisés, Deus fala ao seu povo de Israel
o seguinte: “Ouve, Israel, o Senhor, teu Deus, é o único Senhor. Amarás, pois,
o Senhor, tem Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu poder. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as
intimarás aos teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando
pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua
mão e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais
da tua casa, e nas tuas portas.” Deut 6:4-9
Por tudo isto, só podemos concluir que a palavra de Deus é
alimento completo e integral, espiritualmente aconselhável a todas as idades,
deve ser habilmente regurgitada aos nossos filhos, como poesia deveria fluir
dos nossos lábios, quer no aconchego dos nossos lares, quer caminhando ou
trabalhando. Como a brisa da noite conforta-nos ao deitar, quando nos
levantamos é estimulante como o orvalho da manhã. Transforma o nosso egoísmo em
gestos de amor e solidariedade e no nosso semblante aumenta o brilho do nosso
olhar.
Nos umbrais das nossas casas e nas suas portas, a palavra do
Senhor, deveria ser gravada, para que dela nunca nos esquecêssemos, nem das
misericórdias do nosso Deus.
O Homem não é somente carne, por isso carece de toda apalavra
que sai da boca de Deus.
Disse H. Greeley: “É impossível escravizar mental ou socialmente
um povo que leia a Bíblia.”
Infelizmente muitos são escravizados por pastores,que usam Malaquias 3 como meio de salvação,dizendo que quem não der o dizimo é ladrão,logo não adianta crer em jesus somente,mas precisa crer em Jesus e dar o dizimo se não não se salvam,porque ladrão não se salva,outros se não estiverem na igreja deles não se salvam,logo o sacrifício de Jesus só é completo com o dizimo ou sábado ou determinada placa,isso muito me confunde,não o evangelho, mas a doença dos pregadores,Jesus cristo para mim é salvação com dizimo ou sem ,com sábado ou sem,nem placa de igreja alguma,mesmo porque, quatro parede não é igreja, mas sim os fiéis que ali se reúnem para cultuar a Deus.
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