quarta-feira, 7 de maio de 2014

O Clamor de Deus

Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes. Gr 33:3.
As posições parecem terem-se invertido, o povo já não mais buscava a Deus para obter misericórdia e orientação, mas é o Senhor que através do profeta Jeremias, incentiva o povo a reconsiderar a sua situação espiritual, clamando para que o busquem, porque quer anunciar-lhes coisas grandes e firmes que eles desconhecem.
Por mais que me esforce, a frustração de Deus em relação ao ser humano, está para além da minha compreensão, pois ela é imensa, pois já nada era mais como no princípio, o ser criado adulterara por completo os seus propósitos. O Todo Poderoso ao concluir a sua obra disse: “Eis que tudo é muito bom.” Gr 1:31.
Na verdade tudo se relacionava na perfeição, a harmonia existente entre criador e criatura era tal que nem se percebia a diferença entre os seres, na realidade o ser criado era conforme a imagem e semelhança daquele que o criou. Mas certo dia aquela rotina amistosa e paradisíaca foi quebrada, e o caus instalou-se, porque uma voz estranha se fez ouvir no Éden, que ardilosamente levou os nossos antepassados a transgredirem a ordem do seu Deus, e aquilo que a princípio parecia agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, fez com que os nossos primeiros pais temessem Aquele que os amava acima de toda a criação. Aqui pela primeira vez o criador sentiu a frustração de um encontro anulado e a necessidade de perguntar: “Adão onde estás?”
Ao longo de toda a história, Deus sempre se empenhou em estabelecer um relacionamento amistoso com o ser humano, e estou certo de que o seu empenho não ficou limitado à era Bíblica, ele estende-se até nós e na oração que Jesus ensinou (o Pai nosso), fica claro que a mais soberana demonstração daquilo que Deus pretende, é um relacionamento íntimo, contínuo e com direito de exclusividade.
O clamor de Deus, vem muito a propósito para o nosso tempo, estamos a viver tempos difíceis a todos os níveis, o mundo parece ter entrado num beco sem saída e clama por uma resolução que o liberte. Disse G. Washington: “é impossível governar corretamente o mundo, sem Deus e sem a Bíblia.”
Estão-se a esgotar todas as hipótese e soluções, o mundo não sabe mais para que lado se virar e à semelhança daquilo que aconteceu no tempo do profeta Jeremias, Deus certamente está a procurar alguém que pratique a justiça e busque a verdade para que possa usar de misericórdia e perdão e assim revelar a sua grandeza, mas infelizmente muitas vezes só o buscamos como último recurso, ou para proveito próprio.
Não são raras as vezes em que a Santa palavra de Deus nos adverte seriamente para que sejamos modestos no que diz respeito às coisas concernentes a esta vida. Disse Jesus: “Não andeis cuidadosos, quanto à vossa vida, mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas. MT 6. Mas no que respeita às coisas espirituais e verdadeiras, incita-nos a que nos cheguemos a Deus com confiança dizendo: “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede, recebe e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.” Lc 11:9,10.
“Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto, porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos” – diz o Senhor. “Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos.” Is 55:6-9.
Mas no entanto o ser humano é propenso a inverter as prioridades. Certo dia reclamou Jesus daqueles que o seguiam dizendo: “Na verdade me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque que comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque a este, o Pai, Deus, o selou.” Jo 6:26, 27.
O contexto histórico em que Jesus viveu, era caótico, o povo Judeu havia perdido a sua identidade como nação, pois estava sob o domínio romano, já havia alguns séculos que estavam sem profeta, os líderes religiosos haviam-se corrompido e dividiam-se em algumas fracções, cada qual pensando e interpretando as escrituras segundo as suas conveniências, por isso até mesmo o povo não conseguia enxergar algo mais do que o ventre, estabilidade política, económica e social.
Jesus veio mesmo a propósito, parecia ser mágico, multiplicava pães e peixes, transformava água em vinho, curava todo o tipo de enfermidades, expulsava demónios e ressuscitava mortos, o que mais poderiam desejar, a não ser que ele fosse coroado rei e tudo seria perfeito. Até mesmo dois dos seus discípulos estavam tão entusiasmados, que queriam sentar-se, um à direita e outro à esquerda de Jesus no seu reino.
Para nós seres humanos, na verdade, os milagres, as curas, as expulsões demoníacas e as ressurreições, são coisas grandes e até devemos considerá-las e estar gratos e louvar o criador por tudo isso, mas para Ele, todas estas coisas são pequenas e temporais, porque os seus pensamentos e os seus caminhos são muito mais excelsos.
Actualmente muitos cristãos, infelizmente, pouco divergem do antepassado povo Judeu contemporâneo do Mestre da Galileia. O que os motiva quando se deslocam aos sumptuosos santuários, para além de se invocar outros deuses que não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo? Com que objectivo alguns procuram centros de ajuda espiritual e outros curandeiros e bruxos? Certamente coisas demasiado pequenas e temporais. Dá-se ouvidos a outras vozes e não se consulta a Santa Bíblia. Busca-se muito mais o proveito próprio do que a glórias do Altíssimo Deus.
“Clama a mim e responder-te-ei”, é uma promessa também válida para os cristãos de hoje, se tão somente formos capazes de praticar a justiça e buscar as verdades eternas. Infelizmente na maioria dos casos somos religiosos frustrados, contentando-nos com as míseras migalhas que o inimigo oferece disfarçado de anjo.
Apropriadamente escreve o apóstolo Tiago: “Cobiçais e nada tendes, e nada tendes porque nada pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” Tg 4:2,3.
Coisas grandes e firmes são aquelas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu e que jamais subiram ao coração humano, essas mesmas são as que Deus preparou para aqueles que o amam. “Porque nos são reveladas pelo seu Espírito que penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.” I Cor 2:9,10.

A sua avaliação não pode estar sujeita ao critério dos homens, mas unicamente ao padrão Divino.

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