Não é difícil nos tempos actuais, misturarmos filosofias
completamente diferentes, como se fossem uma ou a mesma coisa. Por exemplo: um
tio-avô meu, já falecido, afirmava que Jesus foi o primeiro comunista. É bem possível
que outros possam achar que Jesus foi o maior humanista de todos os tempos, ou
até mesmo o filósofo por excelência: incomparável e inimitável. Quando se
conhece algo ou alguém de forma vaga e superficial é fácil cairmos nestes equívocos.
Assim também aconteceu acerca de dos mil anos atrás, quando muitos ouviram
falar dos feitos de Jesus, o identificaram com Elias, João Baptista até
admitiam a possibilidade de algum outro profeta ter ressuscitado dos mortos. O Mestre
ouvindo estes testemunhos quis interrogar aqueles que o seguiam mais de perto,
perguntando-lhes: e vós quem dizeis que eu sou? Jesus fez questão de
certificar-se de que aqueles que o seguiam, se o seguiam de forma consciente,
sabendo quem realmente ele era, ou se o seguiam de forma frívola.
O Senhor Jesus, trousse ao mundo uma nova filosofia, que em
muitos aspectos se opõe aquilo que chamamos de filosofia, por não pretender ser
filosofia, mas sim transformar nosso ser. Assim como o oleiro transforma o vaso
quebrado na mais bela peça de cerâmica, o Filho de Deus quer fazer de nós seres
carnais, homens e mulheres espirituais.
O Homem carnal, celebra o culto do eu: acha que merece, que
tem direitos, que tem potencial, que tem muito para oferecer, acha-se virtuoso
por ter a coragem de se assumir tal como é, e a todo o custo se impõe perante família
e sociedade, fazendo prevalecer todo o seu ego.
O Homem espiritual louva a Deus por o ajudar a
reconhecer as suas fraquezas e limitações, considera os outros superiores a si
próprio, a sua maior virtude consiste na renuncia de todo o seu ser. O Homem
carnal segue o seu próprio instinto, o espiritual, carrega a sua cruz e segue a
jesus.